O brincar é intrínseco à infância. Com o excesso de
atividades cotidianas e o uso prematuro de tablets e celulares, a criança vem
sofrendo um sufocamento desse tempo do brincar livre, que é a verdade da
criança e a ajuda a se conhecer, assim como a conhecer o outro e o mundo.
Os benefícios dessa fase são para a vida. É preciso repensar
o excesso de informação, materiais e agenda de atividades, para que as crianças
possam ter contato com elas mesmas... para que possam simplesmente brincar!
Quando a criança brinca, ela elabora e expõe sentimentos e
necessidades; ela acessa suas habilidades e se coloca. Hoje, devido aos riscos
dos centros urbanos, as crianças estão mais “emparedadas”; é preciso buscar
espaços para que a criança interaja e esteja em lugares mais amplos,
principalmente em contato com a natureza, e ter a oportunidade de manipular e
explorar água, terra, areia, plantas, etc. Também é preciso buscar ações que
possibilitem uma infância rica em oportunidades culturais.
“Estamos criando adultos menos criativos, mais robotizados,
que precisam estar ocupados o tempo todo e que sentem que está sempre faltando
alguma coisa”, explica a psicomotricista e psicopedagoga Luciana Brites, do
projeto NeuroSaber (SP), na reportagem da Revista Crescer.
Precisamos avaliar a importância de diminuirmos a quantidade
de certos brinquedos, para que as crianças tenham contato também com a criação
livre, genuína da própria infância. Por exemplo, se elas tiverem pedras e areia
como recursos, farão delas um rico universo de múltiplas possibilidades, mais
do que alguns brinquedos proporcionariam. O excesso de determinados brinquedos
e de eletrônicos pode ser restritivo ao imaginário infantil. Como para tudo na
vida, o caminho é o equilíbrio. Não é o “não poder”, mas sim que essas não
sejam as principais atividades da criança.
“É preciso entender que a criança precisa ficar um pouco
sozinha, para fazer as coisas no seu tempo e desenvolver a criatividade – ou
simplesmente aprender a tolerar esse momento sem aflição”, diz o pediatra
Roberto Cooper (RJ).
Para ele também, “muito tempo com aparelhos leva a criança a
se acostumar a vivenciar tudo muito rápido. Então, qualquer coisa com menos velocidade
vai entediar”, explica na reportagem da Revista Crescer.
A criança precisa do tempo dela e da sua linguagem genuína,
que é o brincar, para pensar e criar. Assim, ela vai aprender a encontrar
alegria em vários momentos da vida e ter grandes projetos e ideias, para agora
e para o futuro.
Denise
Philot.
Coordenação
Pedagógica Educação Infantil e 1º Ano.
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