Devemos sempre pensar que nossas crianças têm a percepção
bem aguçada e aprendem pelo exemplo vivo dado pelo adulto. Precisamos agir da
mesma forma que desejamos que a criança aja. Isso facilita a compreensão das
atitudes que se espera delas.
Crianças educadas por pais afetuosos e tolerantes, porém não
permissivos, raramente precisam “testar” limites e regras, assim como se
adaptam melhor as rotinas. O afeto e o bom senso precisam sempre estar presentes,
pois tanto a restrição, quanto a permissividade em excesso são prejudiciais
para a criança, além de tirarem dela a consciência das limitações e a
necessidade de superação que a vida irá impor.
Quando os pais mudam as atitudes educacionais de acordo com
suas necessidades momentâneas (como quando ora permite, ora nega) e “fogem” de
uma linha de ação, criam um modelo vulnerável e confuso de identidade
comportamental para a criança, que fica confusa sobre o que pode ou não pode,
sobre o que se espera dela. Já quando há coerência nessas atitudes, cria-se uma
esfera de compreensão e segurança para as crianças que estão aprendendo.
Muitas vezes, as crianças usarão de birras e choros diante
das negativas, tentando “vencer” as restrições. A resposta do adulto que vai
determinar se essas birras continuam, pois, quando a criança percebe que
conseguiu deixar seus pais e educadores aflitos, certamente repetirá tais
atitudes. O adulto precisa ser afetuoso e firme, conversando com a criança e
mostrando-a que, agindo com a birra, ela não conseguirá o que deseja,
estimulando dessa forma o diálogo e atitudes mais tranquilas.
Algumas atitudes são fundamentais nesse processo de educar
as crianças:
- ser coerente
(adulto) em suas atitudes, já que a criança é extremamente observadora.
- ser paciente e
claro quando falar e corrigir a atitude da criança, evitando palavras que
afetem sua autoestima.
- dar atenção e
responder as dúvidas e curiosidades dos pequenos, sem perder a paciência.
- estimular relatos
da rotina da criança, como o dia escolar.
- dialogar,
responder, ouvir e estar atento.
- demonstrar
sinceridade, compreensão e aceitação.
- acompanhar a
criança em suas brincadeiras e ajudá-la a organizar o tempo disponível para
elas, assim como a guardar os brinquedos.
- expressar amor,
afeto, respeito e verdadeiro interesse pelas questões dos pequenos.
- ensinar hábitos
desejáveis e boas atitudes.
- estimular a
imaginação e a criatividade.
Já algumas atitudes são negativas para o desenvolvimento
saudável da criança, como:
- responder sem
interesse ou de forma ríspida ou dramática.
- proibir sem
diálogo.
- exigir demais da
criança coisas que sua idade ainda não acompanha.
- ceder a birras e
pedidos improcedentes.
- comparar a criança com outras crianças, evidenciando
sucessos e fracassos. Precisamos lembrar que cada criança tem sua história,
seus interesses, seu ritmo e seu tempo.
- prometer algo e não
cumprir, sem explicação da mudança.
- dizer mensagens não
claras ou contrárias as ações, como dizer um “não”, mas ceder diante da birra.
Precisamos lembrar que as crianças aprendem o que estão
vendo e que esse processo, começa bem cedo. O processo de conhecimento e
elaboração de regras é longo e envolve fatores cognitivos e afetivos. Essa
construção se dá também por meio de jogos e brincadeiras de faz de conta.
Quando brincam, as crianças de 02 a 06 anos reproduzem comportamentos e
atitudes, além de experimentarem papeis e internalizarem valores.
Também é fundamental, cada vez mais, trabalhar nas crianças
a necessidade de autocontrole, ensinando-as aspectos positivos das relações
humanas e ajudando-as a entender causas e consequências das atitudes tomadas.
A criança, para desenvolver-se bem, precisa desses limites,
precisa saber o que certo e errado, o que pode e o que não pode fazer. Isso
mostra a ela, amor e proteção. A criança segura, amada e respeitada tende a ter
boa disciplina, empatia, comportamento solidário e de superação diante das
dificuldades.
Denise Philot
Coordenadora Pedagógica do
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