O desafio de trazer à escola os conteúdos das ciências sem
perder a doçura se faz cada vez mais necessário. Diante de um cenário
globalizado, os alunos têm acesso a muitas informações, que, anteriormente,
eles só aprendiam na escola. Nesse contexto, o papel da escola dá um giro em
360 graus e deixa de ser a doadora de saber, para ser aquela que agrega e
qualifica os conhecimentos.
A escola do futuro
Talvez a escola do futuro tenha a missão de escolarizar de
forma que os alunos vivenciem, discutam e priorizem um conhecimento direcionado
para a melhoria da sociedade como um todo, afinal compartilhado o conhecimento
já está sendo, devido ao advento da internet. A gente já sabe onde e como
encontrar informação, o importante, hoje, é o que fazer a partir disso – é
tempo de troca, é o momento da interação.
Vale ressaltar a importância de discutir, na escola, as mais
variadas práticas culturais existentes mundo afora. Por isso, qualificar o
conhecimento e construir valores são ações que não podem faltar quando se trata
de educação bilíngue. Essa abordagem propõe o desenvolvimento dos conteúdos e o
ensino de línguas de forma abrangente e estruturada, levando em conta esse
aluno que, futuramente, pode contribuir para que o mundo se torne mais ético.
O ensino bilíngue e cultura
Contemplando a sociedade brasileira, na qual a criança está
inserida, para discutir as nossas ações na tentativa de uma mudança de
paradigma, o ensino bilíngue alia o aprendizado de uma língua estrangeira, as características
culturais desse idioma e as nossas práticas sociais para fazer o aluno repensar
quem somos e aonde nós, enquanto cidadãos que transitam pelo mundo, podemos e
queremos chegar.
É de suma
importância que a educação bilíngue priorize o conhecimento como algo transformador,
pois é a ferramenta capaz de levar às pessoas um bem social. O
conhecimento/saber só tem sentido quando produz inteligibilidade sobre algo,
sendo significativo, pois é comunicável e pode ser entendido em uma troca com
os outros. Logo, só tem troca se houver diálogo e as pessoas só constroem isso
quando discutem, compreendem e reforçam seus valores na comunidade a qual
pertencem.
Formar alunos bilíngues é inseri-los em outra cultura, com
visões diferentes de mundo e práticas sociais divergentes das quais eles foram
criados. Essa formação é muito valorosa à medida que faz com que esse aluno
entenda e respeite o que é diferente, sendo capaz de lidar melhor com situações
complexas – possivelmente, tal fator já desfaz o olhar preconceituoso que,
muitas vezes, damos ao outro, porque o aluno entende que a sua língua, os seus
hábitos e nuances culturais não são uma regra e que existem muitas
possibilidades de vida pelo mundo.
A mediação do conhecimento
Educação bilíngue não é ensinar uma outra língua apenas! É
mediar e desenvolver conhecimento, é qualificá-lo, compreendê-lo nas duas
línguas, nos países que falam esses idiomas e sobretudo, ter um olhar mais
gentil para as pessoas com suas nacionalidades e diferentes especificidades.
Renata Pontes Barreto
Coordenadora Pedagógica do Bilígue
Graduada em Letras - UERJ
Pós Graduada no Ensino de Línguas - UERJ
Mestre em Educação - Área de Currículo de Linguagem - UFRJ
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