Em virtude das necessidades específicas de aprendizagem, é
necessário identificar algumas características de aprendizagens singulares dos
alunos com autismo e as implicações destas práticas educacionais, sempre
colocando a afetividade como parâmetro de apoio.
Para que haja uma boa inclusão, é necessário em primeiro
lugar olhar para a criança com afetividade e empatia, para que os conteúdos
estruturantes e específicos sejam entendidos, pensados, planejados e executados
considerando suas relações conceituais e ensinados de forma lúdica e
interdisciplinar, com uma abordagem a partir do contexto social, cultural,
ético, tecnológico em que a escola está inserida, visando também uma melhor
maneira de se aplicar estratégias para minimizar as dificuldades da inclusão.
A formação do educador e o seu conhecimento científico a
respeito do assunto tornam-se essenciais para a identificação do transtorno. Da
mesma sorte, sua capacitação pedagógica no exercício docente possibilitará uma
educação adequada. Apesar de níveis de comprometimentos dissimilares, é comum o
aluno com autismo apresentar algumas características mais marcantes que
inicialmente poderão interferir na sua aprendizagem: o déficit de atenção, a
hiperatividade, as estereotipias e os comportamentos dissociativos.
Para Coll et al., (2004, p. 62) “a colaboração entre pais e
professores é importante para melhorar a generalização nos alunos com autismo”
e quanto maior for o empenho pela coordenação entre a casa e a escola, maior
será a probabilidade de “os alunos aplicarem o que aprenderam a situações,
contextos e ambientes diferentes”.
É importante salientar que a presença da família na relação
entre o autista e a escola pode criar vínculos com o processo de aprendizagem,
com o professor e com o espaço escolar.
Cunha (2012, p. 54), “diz que a criatividade e a colaboração
são, sem dúvidas, pleitos da contemporaneidade”. Na educação de alunos com
necessidades educativas especiais “os parâmetros que dão suporte ao
procedimento do professor e que deixam patentes ensinamentos que permitam um
bom desempenho profissional”, onde mostra que “cada aluno aprende de forma
diferente; cada aluno reage diferentemente diante do conhecimento; cada aluno
possui uma lógica própria e o professor deverá contar com seu conhecimento e sensibilidade
para mediar à aprendizagem”.
Esses parâmetros abordados pelo autor reforçam a concepção
que a Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola
regular e transforma a escola em um espaço para todos, favorecendo a
diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter
necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar, uns mais graves
outros mais brandos, porém todos devem ser tratados com igualdade e o mesmo
envolvimento.
Essa unificação da escola inclusiva e escola regular
abrangem diversas perspectivas favoráveis à educação. A inclusão desde a
educação infantil implica em pensar em seus espaços, tempos, profissionais,
recursos pedagógicos e outros fatores voltados à adaptação desses alunos, para
a possibilidade de melhor acesso, permanência e desenvolvimento pleno, não só
deles que em virtude de suas particularidades, apresentam necessidades
educacionais que são especiais, mais também de alunos regulares.
O fazer pedagógico na educação inclusiva é de vital
importância para o aprendizado, pois há necessidades que interferem de maneira
expressiva no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude
educativa específica da escola como, por exemplo, a utilização de
recursos e apoio especializados para garantir a aprendizagem de todos os
alunos.
Não basta falar sobre a inclusão. Temos que agir para que as
coisas aconteçam de fato.
Cada um dos alunos tem suas características e dificuldades;
dessa forma, todos precisam de atenção individual.
Para trabalharmos com as especificidades, há adaptações
curriculares e diferentes abordagens.
Todos na escola precisam estar envolvidos no processo,
trocando informações, sugestões e experiências e, acima de tudo, terem o afeto
como base da relação com os alunos.
Pequenas atitudes e ações fazem a diferença.
Refletir e buscar o aperfeiçoamento de todas as ações
pedagógicas é o caminho para propostas que realmente incluam todos os alunos.
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