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domingo, 20 de maio de 2018

O TRABALHO COM OS LIMITES NA ROTINA DIÁRIA DA CRIANÇA.


Devemos sempre pensar que nossas crianças têm a percepção bem aguçada e aprendem pelo exemplo vivo dado pelo adulto. Precisamos agir da mesma forma que desejamos que a criança aja. Isso facilita a compreensão das atitudes que se espera delas.


Crianças educadas por pais afetuosos e tolerantes, porém não permissivos, raramente precisam “testar” limites e regras, assim como se adaptam melhor as rotinas. O afeto e o bom senso precisam sempre estar presentes, pois tanto a restrição, quanto a permissividade em excesso são prejudiciais para a criança, além de tirarem dela a consciência das limitações e a necessidade de superação que a vida irá impor.

Quando os pais mudam as atitudes educacionais de acordo com suas necessidades momentâneas (como quando ora permite, ora nega) e “fogem” de uma linha de ação, criam um modelo vulnerável e confuso de identidade comportamental para a criança, que fica confusa sobre o que pode ou não pode, sobre o que se espera dela. Já quando há coerência nessas atitudes, cria-se uma esfera de compreensão e segurança para as crianças que estão aprendendo.

Muitas vezes, as crianças usarão de birras e choros diante das negativas, tentando “vencer” as restrições. A resposta do adulto que vai determinar se essas birras continuam, pois, quando a criança percebe que conseguiu deixar seus pais e educadores aflitos, certamente repetirá tais atitudes. O adulto precisa ser afetuoso e firme, conversando com a criança e mostrando-a que, agindo com a birra, ela não conseguirá o que deseja, estimulando dessa forma o diálogo e atitudes mais tranquilas.

Algumas atitudes são fundamentais nesse processo de educar as crianças:

-  ser coerente (adulto) em suas atitudes, já que a criança é extremamente observadora.

-  ser paciente e claro quando falar e corrigir a atitude da criança, evitando palavras que afetem sua autoestima.

-  dar atenção e responder as dúvidas e curiosidades dos pequenos, sem perder a paciência.

-  estimular relatos da rotina da criança, como o dia escolar.

-  dialogar, responder, ouvir e estar atento.

-  demonstrar sinceridade, compreensão e aceitação.

-  acompanhar a criança em suas brincadeiras e ajudá-la a organizar o tempo disponível para elas, assim como a guardar os brinquedos.

-  expressar amor, afeto, respeito e verdadeiro interesse pelas questões dos pequenos.

-  ensinar hábitos desejáveis e boas atitudes.

-  estimular a imaginação e a criatividade.

  

Já algumas atitudes são negativas para o desenvolvimento saudável da criança, como:

-  responder sem interesse ou de forma ríspida ou dramática.

-  proibir sem diálogo.

-  exigir demais da criança coisas que sua idade ainda não acompanha.

-  ceder a birras e pedidos improcedentes.

- comparar a criança com outras crianças, evidenciando sucessos e fracassos. Precisamos lembrar que cada criança tem sua história, seus interesses, seu ritmo e seu tempo.

-  prometer algo e não cumprir, sem explicação da mudança.

-  dizer mensagens não claras ou contrárias as ações, como dizer um “não”, mas ceder diante da birra.


Precisamos lembrar que as crianças aprendem o que estão vendo e que esse processo, começa bem cedo. O processo de conhecimento e elaboração de regras é longo e envolve fatores cognitivos e afetivos. Essa construção se dá também por meio de jogos e brincadeiras de faz de conta. Quando brincam, as crianças de 02 a 06 anos reproduzem comportamentos e atitudes, além de experimentarem papeis e internalizarem valores.

Também é fundamental, cada vez mais, trabalhar nas crianças a necessidade de autocontrole, ensinando-as aspectos positivos das relações humanas e ajudando-as a entender causas e consequências das atitudes tomadas.

A criança, para desenvolver-se bem, precisa desses limites, precisa saber o que certo e errado, o que pode e o que não pode fazer. Isso mostra a ela, amor e proteção. A criança segura, amada e respeitada tende a ter boa disciplina, empatia, comportamento solidário e de superação diante das dificuldades.


Denise Philot  
Coordenadora Pedagógica do
Berçário ao 1º Ano do Ensino Fundamental.

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