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quarta-feira, 6 de junho de 2018

APRENDER UM NOVO IDIOMA É DIFÍCIL, PORÉM POSSÍVEL

A trajetória para aprender um novo idioma é cercado de desafios, demanda tempo e requer esforço. No início, geralmente, o aluno está disposto e confiante, demonstrando muito interesse no que está por vir.  Mas também é comum que ele se sinta ansioso e inseguro diante das questões que o aprendizado de um novo idioma impõe e é, justamente, no momento em que essas últimas sensações se sobrepõem às primeiras, que muitas pessoas desistem. O caminho é quase sempre o mesmo, na maioria da vezes, é difícil, porém possível.
ENSINO BILÍNGUE

A internet como aliada

A geração atual tem a internet como sua aliada, com uma gama de possibilidades, que ajudam no desenvolvimento de um novo idioma. Os jovens podem aprender através de músicas, vídeos, jogos interativos, etc. Contudo, sejamos realistas! Aprender outro idioma não é fácil. A maioria dos alunos descobre que falar uma língua estrangeira requer muito mais esforço e persistência do que estão realmente dispostos a dar, os resultados não são a curto prazo e dependem muito mais do próprio aluno do que de qualquer outro fator.

 Uma trajetória de sucesso na aquisição de uma nova língua

Tomando como ponto de partida que já conhecemos muitos exemplos de pessoas que fracassaram ao aprender um novo idioma, gostaria de compartilhar a história da aluna Rayssa Mattos, do 2º Ano do Ensino Médio, que estuda na Babylândia e Atuação Escola Bilíngue, desde a Educação Infantil. A Rayssa parecia muito motivada a estudar inglês quando criança, porém, conforme o ensino da língua ficava mais desafiador, ela parecia ficar mais desmotivada. Foram inúmeras as conversas com a mãe da aluna, que nunca desistiu, e cobrava da filha o tempo todo que ela estudasse.

Quando a Rayssa entrou na adolescência, ela deixou de ser uma aluna desinteressada e passou a ser uma aluna que estudava – palavras da aluna que ainda acrescentou: “Antes eu não estudava! Hoje, quando tenho que estudar, passo quase três horas mergulhada nos livros. Além disso, assisto todas as séries em inglês”.

Rayssa reconhece o esforço da mãe em colocá-la em uma escola bilíngue e exigir dela esforço para que aprendesse de verdade o segundo idioma. A Renata, mãe da Rayssa, se enche de orgulho ao falar da filha e pontuar o crescimento linguístico da adolescente: “Agora, quando viajamos, a Rayssa cuida de tudo! Ela me ajuda a comprar o que eu quero, ela interage com os americanos com segurança e ainda usa gírias e expressões nativas com muita eficiência.”

Trazer um pouco dessa trajetória de sucesso da nossa aluna Rayssa, nos enche de orgulho e nos faz acreditar que estamos no caminho certo. A Rayssa é um bom exemplo de que resultados só aparecem com esforço e dá trabalho. Talvez, por isso pareça, para tanta gente, muito sedutora a proposta de eliminar as antigas tradições no ensino de línguas estrangeiras e investir em novos métodos, mais rápidos e eficazes. Logo, não conheço nenhum método eficaz que tenha desenvolvido a língua inglesa sem esforço. O aluno não pode ter 100% de fluência se ele só se dedicou 50% - infelizmente, essa conta não fecha.

 Embora saibamos que a tarefa da escola é árdua, ensinar inglês por um longo tempo e manter nossos alunos motivados é um dos principais objetivos do ensino bilíngue da Babylândia e Atuação. Para que isso aconteça, a gente precisa do tempo escolar, da dedicação do aluno e da parceria das famílias – essa conta é a única que fecha com saldo positivo.


Renata Pontes Barreiros
Coordenadora Pedagógica do Bilíngue 
Graduada em Letras - UERJ
Pós Graduada no Ensino de Línguas - UERJ
Mestre em Educação – Área de Currículo e Linguagem - UFRJ

         


quarta-feira, 9 de novembro de 2016

10 FATOS QUE OS PAIS DEVEM SABER SOBRE O CÉREBRO DOS ADOLESCENTES



Eles são dramáticos, irracionais e fazem cena sem aparentemente nenhuma razão. Eles têm uma profunda necessidade de maior independência como preparação para a vida adulta, mas ainda precisam do carinho que recebiam quando eram crianças.


Após a infância, a mudança mais radical no cérebro dos humanos acontece justamente na adolescência. Seja você um adolescente, pai de um ou apenas alguém que é obrigado a conviver com eles, acompanhe 10 que deveria saber sobre o cérebro durante essa fase da vida:

1. Período crítico de desenvolvimento



Vagamente definida como o período entre 11 a 19 anos, a adolescência é considerada um período crítico de desenvolvimento – e não apenas na aparência.
“O cérebro continua a mudar ao longo da vida, mas há grandes saltos no desenvolvimento durante a adolescência”, explica Sara Johnson.

E assim como um adolescente pode passar por um processo de crescimento desajeitado, ele pode também adquirir novas habilidades cognitivas e competências durante essa fase da vida, conta Sheryl Feinstein, autora da obra “Dentro do Cérebro Adolescente: Ser Pai é um Trabalho em Progresso”.

“Os pais devem entender que não importa quão alto o seu filho já está ou quão adulta sua filha se veste, eles ainda estão em período de desenvolvimento, que irá afetar o resto da sua vida”, ressalta Johnson.

2. Cérebro ainda florescendo


Os cientistas costumavam pensar que apenas bebês possuíam uma superabundância de conexões neuronais, que são “podadas” em um arranjo mais eficiente ao longo dos três primeiros anos de vida.

No entanto, estudos de imagens cerebrais feitos nos últimos anos descobriram que uma segunda explosão de brotamento neuronal acontece logo antes da puberdade. O pico ocorre aos 11 anos para as meninas e aos 12 nos meninos.

As experiências de adolescentes – desde ler romances de vampiros até aprender a dirigir – moldam esta nova massa cinzenta, seguindo principalmente a estratégia de “use ou esqueça”, diz Johnson. A reorganização estrutural continua até os 25 anos de idade, apesar de pequenas mudanças permanecerem por toda a vida.

3. Novas competências mentais


Devido ao aumento da massa cerebral, o cérebro adolescente se torna mais interligado e ganha poder de processamento, explica Johnson.

“Adolescentes começam a ter as habilidades computacionais e de tomada de decisão de um adulto, caso tenham determinado tempo e acesso à informação”, diz.

Porém, no calor do momento, suas decisões podem ser excessivamente influenciadas pela emoção, tendo em vista que seus cérebros confiam mais no sistema límbico (o banco emocional do cérebro) do que o córtex pré-frontal, mais racional, conta Feinstein.

“Esta dualidade de competência do adolescente pode ser muito confuso para os pais”, comenta Johnson. Isso significa que, por vezes, os adolescentes fazem coisas estranhas como socar a parede ou dirigir rápido demais, mas quando perguntados da razão, eles não conseguem achar motivos racionais para seus atos.

4. Birras adolescentes


Adolescentes estão no meio da aquisição de novos conjuntos de habilidades incríveis, especialmente quando se trata de comportamento social e pensamento abstrato.

Entretanto, eles ainda não são bons em usar essas novas capacidades mentais. E quem acaba sendo os cobaias? Principalmente, os pais. Muitos adolescentes veem o conflito como um tipo de autoexpressão e podem ter dificuldade para se concentrar em uma ideia abstrata ou para compreender o ponto de vista dos outros.

Assim como quando se lida com as birras de primeira infância, os pais precisam se lembrar de que o comportamento teen “não é uma afronta pessoal”, aconselha Johnson.

“Eles estão lidando com uma enorme quantidade de informações sociais, emocionais e cognitivas, e têm habilidades subdesenvolvidas para lidar com isso. Eles precisam de seus pais – as pessoas com o cérebro adulto mais estável – para ajudá-los, mantendo a calma, ouvindo-os e sendo bons modelos”, acrescenta Feinstein.

5. Emoções intensas


“A puberdade é o início de mudanças importantes no sistema límbico”, diz Johnson, referindo-se à parte do cérebro que não só ajuda a regular o ritmo cardíaco e os níveis de açúcar no sangue, mas também é fundamental para a formação de memórias e emoções.

Parte do sistema límbico, a amídala liga as informações sensoriais às respostas emocionais. O seu desenvolvimento, juntamente com as alterações hormonais, pode dar origem a novas experiências intensas de raiva, medo, agressividade (inclusive para si mesmo), excitação e atração sexual.

Ao longo da adolescência, o sistema límbico está sob maior controle do córtex pré-frontal, a área logo atrás da testa, associada com o planejamento, o controle de impulsos e o pensamento de ordem superior.

Enquanto outras áreas do cérebro começam a ajudar a processar a emoção, os adolescentes mais velhos ganham mais equilíbrio nesta área. Até lá, porém, muitas vezes eles são mal-interpretados por professores e pais, diz Feinstein.

“Você pode ter todo o cuidado possível e ainda assim causar choro ou raiva porque eles simplesmente interpretam mal o que você diz”, completa.

6. O prazer de ter amigos


À medida que os adolescentes se tornam melhores no pensamento abstrato, sua ansiedade social aumenta, de acordo com pesquisas.

O raciocínio abstrato torna possível considerar as perspectivas a partir dos olhos do outro. Os adolescentes podem usar esta nova habilidade para especular sobre o que os outros estão pensando deles. Em particular, a aprovação dos amigos tem se mostrado altamente gratificante para o cérebro adolescente, conta Johnson, e pode ser a razão pela qual adolescentes são mais propensos a correr riscos quando outros adolescentes estão ao redor.

“Crianças realmente se importam com parecer ‘legais’, nem é preciso uma investigação sobre o cérebro para saber isso”, disse ela.

Amigos também fornecem aos adolescentes uma oportunidade para aprender habilidades como negociação de compromisso e planejamento em grupo. “Eles estão praticando habilidades sociais de adultos em um ambiente seguro, e realmente não são bons nisso no começo”, conta Feinstein. Assim, mesmo que tudo que eles façam seja conversar com seus amigos, os adolescentes estão trabalhando duro para adquirir habilidades importantes para a vida.


7. A percepção de riscos


“Os freios são acionados um pouco mais tarde do que o acelerador do cérebro”, compara Johnson, referindo-se ao desenvolvimento do córtex pré-frontal e o sistema límbico, respectivamente. Ou seja, “os adolescentes precisam de doses mais elevadas de risco para sentir a mesma quantidade de emoção dos adultos”, explica.

Juntas, essas alterações podem tornar os adolescentes vulneráveis ​​ao envolvimento em comportamentos de risco, tais como uso de drogas, envolvimento em brigas, etc. Ao final da adolescência, aproximadamente dos 17 anos em diante, a parte do cérebro responsável pelo controle dos impulsos e pela perspectiva de longo prazo ajuda os adolescentes a refletir melhor sobre alguns dos comportamentos que eles tiveram no meio da adolescência.

Então, o que um pai pode fazer? “Continuar sendo um pai para seu filho”, afirma Johnson. “Como todas as crianças, os adolescentes têm vulnerabilidades específicas de desenvolvimento e precisam que os pais limitem o seu comportamento”, acrescenta.

8.  A importância (ainda) grande dos pais


Segundo Feinstein, um levantamento com adolescentes revelou que 84% pensa muito em sua mãe e 89% em seu pai. E mais de três quartos das adolescentes gostam de passar tempo com seus pais: 79% curtem a presença da mãe e 76% gosta de se divertir com o pai.

Uma das tarefas da adolescência é a separação da família, o que cria uma certa autonomia, observa Feinstein, mas isso não significa que os adolescentes não precisam mais dos pais – mesmo que digam o contrário.

“Eles ainda necessitam de algum apoio e procuram seus pais para fornecer esse apoio”, explica. 
“Um pai que decide tratar o filho de 16 ou 17 anos como um adulto está se comportando de forma injusta e condenando-o ao fracasso na vida adulta”.

Uma das melhores maneiras de ser um bom pai para um adolescente, além de ser um bom ouvinte, é ser um bom modelo, especialmente ao lidar com o estresse e outras dificuldades da vida. Os adolescentes estão constantemente tentando descobrir como superar esses novos desafios, e observar os pais nessas situações é natural.

9. A necessidade (ainda) grande de sono

É um mito que os adolescentes precisam de menos sono que as crianças. Ambos necessitam de 9 a 10 horas por noite, embora a maioria não atinja a marca desejada. Parte do problema é uma mudança no ritmo circadiano durante a adolescência. “Faz sentido para o corpo do adolescente levantar mais tarde e ficar acordado até mais tarde”, diz Johnson.

Porém, devido aos horários das aulas, muitos adolescentes acumulam o débito de sono e “tornam-se cada vez mais prejudicados cognitivamente”, comenta Johnson. A privação de sono só agrava o mau humor e atrapalha a tomada de decisão. Além disso, o sono auxilia na reorganização crítica do cérebro adolescente.

10. “Eu sou o centro do universo – e este universo não é bom o suficiente!”

 

As alterações hormonais na puberdade têm enormes efeitos no cérebro, uma das quais é o estímulo à produção de mais receptores de ocitocina.

Enquanto a ocitocina é frequentemente descrita como o “hormônio do vínculo afetivo”, a maior sensibilidade aos seus efeitos no sistema límbico também tem sido associada à sensação de autoconsciência, fazendo com que um adolescente realmente pense que todos estão olhando para ele. Segundo pesquisadores, esses sentimentos atingem o pico em torno dos 15 anos de idade.

Embora isso possa fazer com que um adolescente pareça egocêntrico (e em sua defesa, eles têm que enfrentar muita coisa acontecendo ao mesmo tempo), as mudanças no cérebro adolescente podem igualmente impulsionar alguns dos esforços mais idealistas enfrentados pelos jovens ao longo da história.

“É a primeira vez que eles estão vendo a si mesmos no mundo”, diz Johnson. Seu sentido de maior autonomia abre os olhos para o que está além de suas famílias e da escola. “Eles estão se perguntando talvez pela primeira vez que tipo de pessoa querem ser e que tipo de lugar querem que o mundo seja”, acrescenta. [LiveScience]


terça-feira, 8 de março de 2016

LIMITE: PONTO FUNDAMENTAL NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA.

 No contínuo processo de evolução, a criança sofre constantes mudanças - necessárias para o seu amadurecimento.


A transmissão de segurança emocional aos filhos começa desde cedo, enquanto ainda bebês, e passam pela via dos limites, que vão sendo internalizados pelas crianças.

No decorrer do desenvolvimento, com a aquisição da linguagem, a criança começa ainda mais a expressar o que deseja; é um momento que coincide com o controle dos esfíncteres. A criança passa a tentar controlar as situações, tentando colocar o “outro” (no caso, pais e professores) à sua mercê. É nessa interação que vai acontecendo o desenvolvimento.

Por volta dos 6 anos, a criança já tem condições de realizar escolhas, diante das quais os adultos devem ter bom senso e coerência.

Quem vai ensinar a criança a ser é o limite.



O LIMITE objetiva dar contornos a criança, dando segurança e apoio.

Estabelecer limites é, antes de tudo, uma questão de bom senso. Quando não se passa com clareza os limites, quando estes vêm mais da impulsividade e do momento do adulto do que de uma ação consciente de educação, os resultados são desastrosos.

Estabelecer limites significa dar noção de realidade à criança. Sem cortes e sem faltas, mergulha-se no mundo do capricho, da vontade imperiosa, afastando-se do desejo, essencial à realização de todo ser humano.


Agora cuidado, limite não é autoritarismo!

Precisamos tomar cuidado com os dois extremos:

- o excesso de negativas e as atitudes autoritárias são prejudiciais ao desenvolvimento da criança, porque podem vir a tolher suas expressões emocionais, sua expressão motora, sua capacidade criativa e o exercício de sua maneira de lidar (e desafiar) o mundo.

- o excesso de tolerância também é prejudicial, pois não permite a criança o desenvolvimento do senso crítico, além de sugerir uma indiferença por parte dos adultos.

Nada de incoerência e ambivalência

O adulto precisa ser “coerente” em suas atitudes e evitar situações contraditórias, como ilustra o ditado popular “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. A incoerência e a ambivalência confundem a criança que aprende, por meio da observação que faz das atitudes do adulto.

Dessa forma, estabelecer limites é ajudar a criança a se perceber como um ser entre muitos outros seres, onde cada um tem seu modo de sentir e agir, mas que todos se respeitam.

É essencial que os educadores (pais, professores e familiares) se conscientizem da função protetora do “não”, ao ser colocado com afeto, coerência e bom senso. Colocar limites representa proteção, segurança e cuidado.

 A função do limite não é agredir ou privar as crianças, mas ajudá-las a se inserir no princípio da realidade, entendendo que têm direitos e privilégios, assim como deveres e responsabilidades.

                                                                                
  Denise Philot.
                                                                                   Coordenadora Pedagógica do Berçário ao 1º Ano.
                                                                                  ;denise@babylandiaeatuacao.com.br






segunda-feira, 7 de abril de 2014

A RELAÇÃO QUE O ALUNO ESTABELECE COM A ESCOLA


A RELAÇÃO QUE O ALUNO ESTABELECE COM A ESCOLA ESTÁ INTRINSECAMENTE RELACIONADA   À SIGNIFICAÇÃO QUE A FAMÍLIA DÁ A ELA.

A criança, ao chegar à escola, traz consigo aspectos constitucionais e vivências familiares e o ambiente escolar será também uma peça fundamental em seu desenvolvimento. Estes três elementos - aspectos constitucionais, vínculos familiares e ambiente escolar - constituirão o tripé do processo educacional.
A função da escola é educar, isto é, conforme o significado etimológico da palavra, “colocar para fora” o potencial do indivíduo e oferecer um ambiente propício ao desenvolvimento destas potencialidades, ao contrário de ensinar, que é in + signo, ou seja, colocar “signos para dentro” do indivíduo.


Um dos aspectos a ser desenvolvido e estimulado, nesta fase, pela escola, é a criatividade, aspecto este primordial  na situação de aprendizagem. A criatividade, na adolescência, articula-se necessariamente com a noção de limites. Limite é uma palavra que tem, muitas vezes, uma conotação negativa, ligada erroneamente à “repressão”, “proibição”, “interdição” etc.*, inclusive lembrando “repressão política”. No entanto, limite é algo muito além disso: significa a criação de um espaço protegido, dentro do qual o adolescente poderá exercer sua espontaneidade e criatividade sem receios e riscos. Precisamos lembrar que não existe conteúdo organizado  sem um continente que lhe dê forma.

É necessário enfatizar que as crianças e os adolescentes “pedem limites” e que o “limite” os ajuda a organizar a mente. Os adultos, às vezes, não colocam “limites” porque assim será mais “cômodo”. Colocar limites significa envolvimento, “conter” o adolescente, suportar suas reclamações e protestos, enfim, enfrentar dificuldades.  A falta de “limites” impede o adolescente de exercitar sua capacidade de pensar, de ser criativo e espontâneo e, na adolescência, é causa da insegurança e da incapacidade de tomada de decisões.  A noção de “limites” se desenvolve num longo processo de identificação da criança e do adolescente com seus pais, inicialmente, e, depois, com os adultos que a sociedade disponibiliza como professores, artistas, desportistas, políticos  etc.

O que confere à escola importância vital no processo de desenvolvimento do adolescente é o fato dela  ser um espaço que propicia uma simulação da vida, na qual existem regras a serem seguidas, mas que se pode transgredi-las sem sofrer as consequências  impostas pela sociedade, e de ser esta a oportunidade de se aprender com a transgressão.

Deve-se levar em conta, também, que a relação do aluno com a escola é afetada pela significação que os pais dão a ela, aos estudos de seu filho e às relações dele com os demais alunos.

O desejo de saber e obter prazer pelo saber certamente está mediatizado em primeiro lugar pelos pais e, depois, mais tarde, pelos professores e pela escola. Um pode compensar o outro, ou até anular seus efeitos.

A escola não oportuniza somente a relação com o saber e, como uma atividade eminentemente grupal, tem também funções de socialização. Em busca de sua identidade, o adolescente encontra na micro-sociedade da escola um sistema de forças que atuam sobre ele, onde, entre outras coisas, reedita seu ciúme fraterno, compete, divide, rivaliza, oprime e é oprimido, ou seja, reproduz o sistema social. É por esta razão que a escola, muitas vezes, pode detectar dificuldades no processo de desenvolvimento do aluno, que aparece por inteiro na busca de si mesmo, e seu olhar sobre ele é, em geral, menos comprometido emocionalmente do que acontece com os pais.

É muito importante, portanto, que exista (se podemos chamar desta forma...) uma “relação de confiança” entre a família e a escola escolhida. Vemos, com frequência, os pais criticarem a filosofia pedagógica da escola escolhida na presença dos filhos, de uma forma que predispõe o adolescente contra a escola. Evidentemente, críticas existirão de parte a parte, mas elas deverão ser tratadas nos “canais de comunicação” adequados que  visem à  ligação do binômio família-escola.

É extremamente necessário que se evitem dissociações (tão frequentes...) em que os pais criticam a escola (projetando na instituição todos os aspectos negativos do processo ensino-aprendizagem e, por vezes, da conduta dos filhos) e que a escola, por sua vez, faça o mesmo (projetando na família todas as incompetências, falta de colocação de limites, falta de participação etc.) . A criação de uma “comunidade realmente operante” poderá tornar a relação família-escola mais integrada e com menos “distorção e ruído” na comunicação. Convenhamos que os adolescentes são, em algumas situações, hábeis em promover dissociações entre, por exemplo, pai e mãe, entre família e escola  etc.
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA - ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
ENSINO FUNDAMENTAL II
CONTRIBUIÇÕES DA ESCOLA PARA  REFLEXÃO
 
Texto adaptado do ARTIGO de José Outeiral,
A ADOLESCÊNCIA, A CRIATIVIDADE, OS LIMITES E A ESCOLA.
 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

NUTRIÇÃO - ALIMENTAÇÃO DE 1 AOS 3 ANOS DE IDADE


Formação do Hábito Alimentar.
                
A criança deve acostumar-se com os sabores naturais dos alimentos desde cedo, preparados de forma simples, sem adição de muito sal, gordura e açúcar. Por isso, nada melhor que a comida caseira, o suco natural sem ou com pouco açúcar e frutas como sobremesa.

Distribuição das Refeições.
               
 Não é bom para adultos, no geral, e crianças, em particular, ficar muitas horas sem comer e, muito menos, pular refeições. As que têm este hábito podem, com o tempo, ter um déficit de energia e de nutrientes comprometendo o seu crescimento e desenvolvimento. Não é só isso. Crianças que passam horas sem comer ficam irritadas, choram mais e fazem birras por qualquer coisa. Na realidade, elas estão com fome e têm dificuldade em se expressar de outra maneira.

               
Para a criança manter-se sempre abastecida de energia, é recomendável que os alimentos a serem ingeridos durante o dia estejam distribuídos entre cinco e seis refeições. Quanto maior o número de diferentes alimentos que a criança recebe por dia, menor será a chance dela desenvolver carências de nutrientes.

Horário das refeições.
                
Os horários das cinco ou seis refeições diárias de crianças entre 1 a 3anos devem ser os mais coincidentes possíveis com os da família. É comum o seguinte esquema de refeições; café da manhã, colação, almoço, jantar e, dependendo do horário do jantar, deve-se oferecer leite antes de dormir. Esta última refeição só deve ser oferecida se a criança, em seguida, escovar os dentes.
                
Lugar de comer é na mesa, e sempre que possível, acompanhada da família. Mesmo considerando as
atribuições da vida moderna, recomenda-se que a criança faça pelo menos uma refeição ao dia com a família. Nesse momento, os pais devem conversar bastante com ela, dar exemplo comendo os mesmos alimentos que são oferecidos a ela e explicar a importância de uma boa dieta. O segredo é fazer tudo isso sem ser chato, sem obrigação e com prazer.
                
Ter horário certo para comer cria uma rotina que faz a criança sentir-se cuidada e, ao mesmo tempo, facilita a tarefa de seu organismo para metabolizar os alimentos. Com o tempo, nota-se que ela sente fome sempre na mesma hora, passando a esperar pelas refeições. Outro benefício desse hábito é a prevenção da obesidade. Estando sempre bem alimentada, a criança fica menos sujeita à alimentação por impulso, que normalmente ocorre em momentos em que está distraída brincando, na frente da televisão, na cama ou no carro[i].





[i] Fonte: Guia de Nutrição Infantil
Autor: Maria Luiza de Brito Ctneas - Nutricionista