Em agosto passado, participei de um Congresso voltado
exclusivamente ao trabalho com as habilidades socioemocionais. Não lembro de
ter visto, até hoje, as competências e habilidades socioemocionais tratadas
como protagonistas na educação (que alegria!), nesses tantos congressos que já
participei ao longo desses anos. Com a BNCC, esse trabalho ganhou destaque.
“The Good Project”
Nesse Congresso, um dos palestrantes (e o mais esperado
deles, afinal, era uma oportunidade ímpar), o Howard Gardner, psicólogo e pesquisador
da Universidade de Harvard e autor da teoria das inteligências múltiplas, falou
sobre o “The Good Project” (Trabalho ou Projeto do Bem), que está sendo
desenvolvido por ele e sua equipe. Em 1995, ciente que suas ideias estavam
sendo mal interpretadas e usadas para segregar cidadãos de diferentes etnias,
ele, com a ajuda de mais dois psicólogos de Harvard, criou o Trabalho do bem,
uma plataforma que busca entender como pessoas que desejam fazer um “trabalho
do bem” obtêm sucesso ou fracasso em uma época onde tudo muda muito rápido e a
noção de tempo foi alterada pela tecnologia. Foi quando ele resolveu conectar
as múltiplas inteligências a um sistema de valores, abrangendo o que significa
ser uma boa pessoa, um bom profissional e um bom cidadão.
Tais estudos levaram os psicólogos a desenvolverem novos
recursos voltados à sala de aula, como os guias sobre colaboração e cidadania
digital.
Nossa escola e as habilidades socioemocionais
Há tempos essas habilidades permeiam o nosso trabalho na
Babylândia e Atuação, pois a formação precisa ir além da acadêmica – precisa
ser para a vida. Do que adianta um currículo brilhante se a pessoa não sabe
trabalhar em equipe? Não sabe lidar com a frustração? Não sabe ser proativa e
tomar decisões frente ao inesperado ou controverso? É preciso ter, de fato,
diferentes olhares para a educação.
Tornar-se adulto, é ser gestor de si mesmo. Abordar as
competências socioemocionais é colaborar com a formação de um indivíduo
saudável, empático e responsável por seus atos.
A escola que se importa com esse trabalho é uma escola
essencial, que faz diferença na vida do outro. Uma criança ou um jovem (e,
portanto, um aluno) emocionalmente frágil, não aprenderá de forma plena e
prazerosa. Uma escola onde as competências socioemocionais são trabalhadas cria
uma conexão com o aluno, o conhece e se dispõe a ouvi-lo e ajudá-lo no que, de
fato, ele precisa.
Essas competências se desdobram em atitudes, valores e
comportamentos que podem ser aprendidos e experimentados na relação com o
outro.
Importante dizer que estimular e dar importância às
habilidades socioemocionais não significa diminuir a importância dos conteúdos
curriculares. Pelo contrário, esse trabalho ajuda e dá segurança e motivação
para a aprendizagem.
BNCC e a educação socioemocional
Com a BNCC, a educação socioemocional mostra-se relevante,
já que está presente em seis das dez competências gerais e todas as escolas
deverão implemantá-las até 2020. Mas, quais os benefícios dessa educação?
- auxilia a
formação de pessoas com boa autoestima, resilientes e proativas.
- auxilia na
superação de desafios.
- promove o
saber trabalhar em equipe.
- melhora o
desempenho acadêmico.
- reduz
ansiedade e depressão.
- encoraja o
convívio com as diferenças.
- previne o
bullying.
- estimula
escolhas responsáveis e éticas.
Esse trabalho contribui para a formação de um cidadão mais
completo para os desafios do século XXI, priorizando a reflexão, o
autoconhecimento, as emoções, a escuta e o diálogo, o questionamento, a investigação,
entre outros, e dando total importância ao debate de ideias, a linguagem e o
interesse dos alunos, de forma planejada, estruturada e cuidadosa.
É essa escola encantadora e conectada com as necessidades
dos alunos que propomos ser! A parceria escola-família é fundamental nesse
trabalho. Vamos juntos?
Denise
Philot.
Coordenadora
Pedagógica do Berçário ao 1º Ano.