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terça-feira, 29 de julho de 2014

A ALIMENTAÇÃO E O CÉREBRO

O cérebro precisa de certas substâncias para funcionar adequadamente: glicose, vitaminas, minerais, aminoácidos e outras substâncias químicas essenciais. Por exemplo, o combustível (energia) do cérebro é a glicose, que pode ser obtida através da alimentação com carboidratos e outros alimentos que podem ser convertidos em glicose.

Segundo a neurocientista Suzana Herculano Houzel para manter o cérebro (e o resto do corpo) saudável, é preciso ter uma alimentação saudável: diversificada e equilibrada, pois tudo o que compõe o cérebro vem da alimentação: proteínas, carboidratos, as gorduras que constituem a membrana das células e da bainha de mielina, os sais minerais que participam do equilíbrio elétrico das células e dos sinais nervosos, as vitaminas que mantêm as células vivas.

O cérebro é, portanto, responsável por grande parte das reações químicas que ocorrem no organismo e algumas delas têm por objetivo tornar a energia dos alimentos disponível para os diversos sistemas fisiológicos. Isso acontece após o processo de digestão dos alimentos, tendo como resultado a produção de ATP (trifosfato de adenosina) que é armazenado em todas as células e utilizado como combustível para que as reações químicas necessárias ocorram.

Sem uma fonte contínua de energia as células deixam de funcionar e morrem. O carboidrato é considerado a melhor fonte energética, sendo o produto final de sua desintegração, a glicose, molécula simples que rapidamente fornece energia. Os carboidratos são essenciais para o bom funcionamento do sistema nervoso central, uma vez que a glicose é o principal combustível para o cérebro.


Para fazer coisas como criar novas conexões ou adicionar mielina, um componente gorduroso que recobre os axônios, o cérebro deve fabricar as proteínas e gorduras certas. O cérebro faz isto através da produção de novas gorduras e proteínas através da utilização de aminoácidos e ácidos graxos, que por sua vez são produtos da digestão de proteínas e gorduras no sistema digestivo. Sem a quantidade certa e o equilíbrio de certos componentes básicos, o cérebro não funciona direito. Muito pouco (deficiência) ou muito (excesso) dos nutrientes necessários pode afetar o sistema nervoso.

Segundo a nutricionista Luciana Ayer alguns nutrientes são extremamente essenciais para o bom desempenho da atividade cerebral. Por exemplo: uma dieta rica em colina, um nutriente que pode ser encontrado na gema do ovo, auxilia a produção de um neurotransmissor chamado acetilcolina, que desempenha um papel importante no sistema nervoso central, pois está ligada as funções da memória e da aprendizagem.

Os Ácidos graxos essenciais desempenham um papel importante na promoção do crescimento e do desenvolvimento do cérebro, auxiliando na melhora de seu funcionamento global. O principal é o ômega 3 que deriva do ácido alfa-linolénico, capaz de acelerar as ondas cerebrais, estimular os neurônios, melhorar a atenção e concentração, diminuir o estresse e agressividade e prevenir o aparecimento de doenças como as demências que acompanham o envelhecimento, inclusive o Alzheimer. Alimentos fontes de ácidos graxos essenciais incluem amêndoas, nozes, óleo de linhaça, óleo de peixe, óleo de fígado de bacalhau e peixes como salmão, sardinha e atum.


Já os alimentos ricos em vitamina B1 reforçados com um bom aporte de vitamina B12, são boas fontes que alimentam o cérebro. Sua carência faz com que se acumulem substâncias tóxicas que provocam lesões no sistema nervoso. A ingestão de vitamina B6, presentes em feijão, lentilhas e fibras, auxilia na produção de neurotransmissores responsáveis pela atenção e diminuição da excitabilidade.


A deficiência de um ou mais nutrientes na alimentação diária pode comprometer uma série de processos na formação cerebral. O impacto no desenvolvimento e no funcionamento do cérebro dependerá da intensidade e da duração das carências nutricionais. Devido essa constatação, recomenda-se uma alimentação equilibrada antes mesmo do nascimento do feto, pois a constituição cerebral nos seres humanos começa já na formação do embrião e continua até dois a quatro anos de vida, ou seja, um bom desenvolvimento cerebral depende inclusive dos nutrientes básicos ingeridos no período da gestação.

Denise Philot – Coordenadora da Educação Infantil.
                                                         Rejane Escobar – Psicóloga.


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