O cérebro precisa de certas substâncias para funcionar
adequadamente: glicose, vitaminas, minerais, aminoácidos e outras substâncias
químicas essenciais. Por exemplo, o combustível (energia) do cérebro é a
glicose, que pode ser obtida através da alimentação com carboidratos e outros
alimentos que podem ser convertidos em glicose.
Segundo a neurocientista Suzana Herculano Houzel para manter
o cérebro (e o resto do corpo) saudável, é preciso ter uma alimentação
saudável: diversificada e equilibrada, pois tudo o que compõe o cérebro vem da
alimentação: proteínas, carboidratos, as gorduras que constituem a membrana das
células e da bainha de mielina, os sais minerais que participam do equilíbrio
elétrico das células e dos sinais nervosos, as vitaminas que mantêm as células
vivas.
O cérebro é, portanto, responsável por grande parte das
reações químicas que ocorrem no organismo e algumas delas têm por objetivo
tornar a energia dos alimentos disponível para os diversos sistemas
fisiológicos. Isso acontece após o processo de digestão dos alimentos, tendo
como resultado a produção de ATP (trifosfato de adenosina) que é armazenado em
todas as células e utilizado como combustível para que as reações químicas
necessárias ocorram.
Sem uma fonte contínua de energia as células deixam de
funcionar e morrem. O carboidrato é considerado a melhor fonte energética,
sendo o produto final de sua desintegração, a glicose, molécula simples que
rapidamente fornece energia. Os carboidratos são essenciais para o bom
funcionamento do sistema nervoso central, uma vez que a glicose é o principal
combustível para o cérebro.
Para fazer coisas como criar novas conexões ou adicionar
mielina, um componente gorduroso que recobre os axônios, o cérebro deve
fabricar as proteínas e gorduras certas. O cérebro faz isto através da produção
de novas gorduras e proteínas através da utilização de aminoácidos e ácidos
graxos, que por sua vez são produtos da digestão de proteínas e gorduras no
sistema digestivo. Sem a quantidade certa e o equilíbrio de certos componentes
básicos, o cérebro não funciona direito. Muito pouco (deficiência) ou muito
(excesso) dos nutrientes necessários pode afetar o sistema nervoso.
Segundo a nutricionista Luciana Ayer alguns nutrientes são
extremamente essenciais para o bom desempenho da atividade cerebral. Por
exemplo: uma dieta rica em colina, um nutriente que pode ser encontrado na gema
do ovo, auxilia a produção de um neurotransmissor chamado acetilcolina, que
desempenha um papel importante no sistema nervoso central, pois está ligada as
funções da memória e da aprendizagem.
Os Ácidos graxos essenciais desempenham um papel importante
na promoção do crescimento e do desenvolvimento do cérebro, auxiliando na
melhora de seu funcionamento global. O principal é o ômega 3 que deriva do
ácido alfa-linolénico, capaz de acelerar as ondas cerebrais, estimular os
neurônios, melhorar a atenção e concentração, diminuir o estresse e
agressividade e prevenir o aparecimento de doenças como as demências que
acompanham o envelhecimento, inclusive o Alzheimer. Alimentos fontes de ácidos
graxos essenciais incluem amêndoas, nozes, óleo de linhaça, óleo de peixe, óleo
de fígado de bacalhau e peixes como salmão, sardinha e atum.
Já os alimentos ricos em vitamina B1 reforçados com um bom
aporte de vitamina B12, são boas fontes que alimentam o cérebro. Sua carência
faz com que se acumulem substâncias tóxicas que provocam lesões no sistema
nervoso. A ingestão de vitamina B6, presentes em feijão, lentilhas e fibras,
auxilia na produção de neurotransmissores responsáveis pela atenção e
diminuição da excitabilidade.
A deficiência de um ou mais nutrientes na alimentação diária
pode comprometer uma série de processos na formação cerebral. O impacto no
desenvolvimento e no funcionamento do cérebro dependerá da intensidade e da
duração das carências nutricionais. Devido essa constatação, recomenda-se uma
alimentação equilibrada antes mesmo do nascimento do feto, pois a constituição
cerebral nos seres humanos começa já na formação do embrião e continua até dois
a quatro anos de vida, ou seja, um bom desenvolvimento cerebral depende
inclusive dos nutrientes básicos ingeridos no período da gestação.
Denise Philot – Coordenadora da Educação Infantil.
Rejane Escobar – Psicóloga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante!