Seções

Compartilhe

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

MAS AFINAL...O QUE É BULLYING?


Hoje na mídia, muito se fala sobre o bullying. Mas, precisamos conhecer características que definem esse comportamento. Há distinção entre brincadeiras típicas da fase de estudante, daquelas que são crueis e passam dos limites de respeito ao outro. Brincadeiras “normais” são aquelas em que todos se divertem; quando uns se divertem às custas de outros que sofrem, o bullying acontece.

Bullying é um termo em inglês, ainda sem tradução para o português, que significa comportamento agressivo entre estudantes. São atos de agressão física, verbal ou moral de forma repetitiva, sem motivação evidente e executada por um ou mais estudantes, em uma relação desigual de poder. É uma forma de violência, que pode ocorrer em qualquer escola, independente de sua tradição, localização ou poder aquisitivo.
                       
Atualmente, o acesso à internet e as redes sociais tem criado um novo fenômeno: o cyberbullying, onde mensagens e comunidades são criadas com o objetivo de  agredir, difamar, ofender e humilhar “as vítimas”.
                       
Os autores de bullying desejam controlar e dominar outros estudantes.
                       
Nem todas as situações podem ser bullying. Ás vezes, são “zoações” entre os alunos.

Alguns critérios podem definir casos de bullying:

  • ataques de forma repetitiva, sem motivação que possam justificá-los;
  • desequilíbrio de poder entre o “agressor” ( bullie ) e a “vítima”;
  • ameaças diretas ou indiretas, onde há ordem e dominação sobre o outro;
  • apelidar, insultar, difamar e menosprezar o outro, com propósito maldoso;
  • perturbação e intimidação do outro, usando de assédio psicológico ou de agressões físicas repetitivas como empurrões, socos, beliscões, etc.

                       
Algumas atitudes são comuns em quem comete bullying: apelidar, ameaçar, xingar, agredir, hostilizar, tiranizar, dominar, perseguir, discriminar, excluir, isolar, intimidar, bater, chutar, empurrar, furtar ou destruir pertences do outro, etc.
                       
Hoje, o bullying não é mais tratado como um fenômeno exclusivo da escola e sim, é definido como um problema de saúde pública.
                       
Pais e professores devem estar atentos ao comportamento dos estudantes – crianças e adolescentes. Identificar alunos que são vítimas, agressores ou espectadores é muito importante para que um trabalho possa ocorrer. Em todos os casos de bullying, sejam nos casos de comportamentos passageiros, sejam nos mais graves e perversos, é preciso que a escola elabore estratégias e junto as famílias, trace um plano para a recuperação de todos os envolvidos.
                       
É importante lembrar que um olhar mais atento do adulto para todas as atitudes das crianças e adolescentes, podem evitar muitas dificuldades psicológicas e de convívio social vividas no cotidiano.
                       
O estímulo ao diálogo, a escuta atenta, a construção de verdadeiros vínculos afetivos, o estímulo à reflexão, a participação ativa dos pais na vida social e escolar dos filhos, a orientação a responsabilização pelo que se faz ao outro e o estabelecimento de limites bem definidos, são ferramentas importantes para essa educação “preventiva”.
                       
A identificação precoce do bullying nas escolas, a informação sobre o assunto, o olhar atento aos comportamentos apresentados pelas crianças e adolescentes e uma integração escola e família, são suficientes para que um trabalho pedagógico possa ser realizado com sucesso. Uma intervenção precoce possibilita um plano de ação que pode evitar prejuízos acadêmicos e no relacionamento social dos jovens envolvidos. Quais dicas poderiam ser dadas aos pais e responsáveis?

  1. Converse com seu filho sobre o bullying, suas manifestações e consequências;
  2. Converse com seu filho sobre a importância do respeito mútuo e do respeito às diferenças; dê exemplos positivos no cotidiano familiar;
  3. Mostre que a violência sempre deve ser evitada; valorize os vínculos afetivos e o diálogo;
  4. Tente perceber e identificar mudanças de comportamento em seu filho e  divida as impressões com a escola.
  5. Dialogue sempre  com seu filho e realize com ele, atividades esportivas ou de lazer;
  6. Explique ao seu filho claramente as regras e as consequências do não cumprimento destas ( limites );
  7. Proponha acordos e privilégios em casos de atitudes positivas; as elogie sempre que ocorrerem e retire privilégios em caso do não cumprimento dos acordos. Evite punições físicas. O diálogo e o cumprimento de regras claras e acordadas, reforça a construção de vínculos afetivos fortes e verdadeiros.
  8. Comunique-se com professores e coordenadores sempre que julgar necessário.


A integração entre a família e a escola, comprometidas com a saúde e o bem-estar das suas crianças e seus adolescentes e jovens, é fundamental para a criação de um ambiente saudável e acolhedor, que os protegerá das inúmeras condições as que estão expostos. Não há fórmulas ou receitas prontas, que ensinem como ser bons pais ou educadores, mas a informação, a união, o amor, o diálogo e o olhar atento, são fundamentais para a difícil jornada que é a educação.

Denise Philot.
Coordenadora Pedagógica da Babylândia&Atuação Escola Bilíngue


8  Indicação de sites:
Ø Indicação de livros:
Transtornos comportamentais na Infância e Adolescência – Gustavo Teixeira. Ed. Rubio.
O Reizinho da casa – Gustavo Teixeira – Ed. Rubio.
Bullying, mentes perigosas nas escolas – Ana Beatriz Barbosa Silva – Ed. Fontanar.
Limites sem trauma: construindo cidadãos – Tânia Zagury – Ed. Record.



2 comentários:

Seu comentário é muito importante!