Hoje na mídia, muito se fala sobre o bullying. Mas,
precisamos conhecer características que definem esse comportamento. Há
distinção entre brincadeiras típicas da fase de estudante, daquelas que são
crueis e passam dos limites de respeito ao outro. Brincadeiras “normais” são
aquelas em que todos se divertem; quando uns se divertem às custas de outros
que sofrem, o bullying acontece.
Bullying é um termo em inglês, ainda sem tradução para o
português, que significa comportamento agressivo entre estudantes. São atos de
agressão física, verbal ou moral de forma repetitiva, sem motivação evidente e
executada por um ou mais estudantes, em uma relação desigual de poder. É uma
forma de violência, que pode ocorrer em qualquer escola, independente de sua
tradição, localização ou poder aquisitivo.
Atualmente, o acesso à internet e as redes sociais tem
criado um novo fenômeno: o cyberbullying, onde mensagens e comunidades são
criadas com o objetivo de agredir,
difamar, ofender e humilhar “as vítimas”.
Os autores de bullying desejam controlar e dominar outros
estudantes.
Nem todas as situações podem ser bullying. Ás vezes, são
“zoações” entre os alunos.
Alguns critérios podem definir casos de bullying:
- ataques de forma repetitiva, sem motivação que possam justificá-los;
- desequilíbrio de poder entre o “agressor” ( bullie ) e a “vítima”;
- ameaças diretas ou indiretas, onde há ordem e dominação sobre o outro;
- apelidar, insultar, difamar e menosprezar o outro, com propósito maldoso;
- perturbação e intimidação do outro, usando de assédio psicológico ou de agressões físicas repetitivas como empurrões, socos, beliscões, etc.
Algumas atitudes são comuns em quem comete bullying:
apelidar, ameaçar, xingar, agredir, hostilizar, tiranizar, dominar, perseguir,
discriminar, excluir, isolar, intimidar, bater, chutar, empurrar, furtar ou
destruir pertences do outro, etc.
Hoje, o bullying não é mais tratado como um fenômeno
exclusivo da escola e sim, é definido como um problema de saúde pública.
Pais e professores devem estar atentos ao comportamento dos
estudantes – crianças e adolescentes. Identificar alunos que são vítimas,
agressores ou espectadores é muito importante para que um trabalho possa ocorrer.
Em todos os casos de bullying, sejam nos casos de comportamentos passageiros,
sejam nos mais graves e perversos, é preciso que a escola elabore estratégias e
junto as famílias, trace um plano para a recuperação de todos os envolvidos.
É importante lembrar que um olhar mais atento do adulto para
todas as atitudes das crianças e adolescentes, podem evitar muitas dificuldades
psicológicas e de convívio social vividas no cotidiano.
O estímulo ao diálogo, a escuta atenta, a construção de
verdadeiros vínculos afetivos, o estímulo à reflexão, a participação ativa dos
pais na vida social e escolar dos filhos, a orientação a responsabilização pelo
que se faz ao outro e o estabelecimento de limites bem definidos, são
ferramentas importantes para essa educação “preventiva”.
A identificação precoce do bullying nas escolas, a
informação sobre o assunto, o olhar atento aos comportamentos apresentados
pelas crianças e adolescentes e uma integração escola e família, são
suficientes para que um trabalho pedagógico possa ser realizado com sucesso.
Uma intervenção precoce possibilita um plano de ação que pode evitar prejuízos
acadêmicos e no relacionamento social dos jovens envolvidos. Quais dicas
poderiam ser dadas aos pais e responsáveis?
- Converse com seu filho sobre o bullying, suas manifestações e consequências;
- Converse com seu filho sobre a importância do respeito mútuo e do respeito às diferenças; dê exemplos positivos no cotidiano familiar;
- Mostre que a violência sempre deve ser evitada; valorize os vínculos afetivos e o diálogo;
- Tente perceber e identificar mudanças de comportamento em seu filho e divida as impressões com a escola.
- Dialogue sempre com seu filho e realize com ele, atividades esportivas ou de lazer;
- Explique ao seu filho claramente as regras e as consequências do não cumprimento destas ( limites );
- Proponha acordos e privilégios em casos de atitudes positivas; as elogie sempre que ocorrerem e retire privilégios em caso do não cumprimento dos acordos. Evite punições físicas. O diálogo e o cumprimento de regras claras e acordadas, reforça a construção de vínculos afetivos fortes e verdadeiros.
- Comunique-se com professores e coordenadores sempre que julgar necessário.
A integração entre a família e a escola, comprometidas com a
saúde e o bem-estar das suas crianças e seus adolescentes e jovens, é
fundamental para a criação de um ambiente saudável e acolhedor, que os
protegerá das inúmeras condições as que estão expostos. Não há fórmulas ou
receitas prontas, que ensinem como ser bons pais ou educadores, mas a
informação, a união, o amor, o diálogo e o olhar atento, são fundamentais para
a difícil jornada que é a educação.
Denise Philot.
Coordenadora Pedagógica da Babylândia&Atuação Escola
Bilíngue
8 Indicação de
sites:
Ø Indicação de livros:
Transtornos comportamentais na Infância e Adolescência –
Gustavo Teixeira. Ed. Rubio.
O Reizinho da casa – Gustavo Teixeira – Ed. Rubio.
Bullying, mentes perigosas nas escolas – Ana Beatriz Barbosa
Silva – Ed. Fontanar.
Limites sem trauma: construindo cidadãos – Tânia Zagury –
Ed. Record.
mt elucidativo
ResponderExcluirGostei muito, esclarecedor.
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